



Iniciámos a penúltima etapa desta viagem que não obstante haver pedaços que não têm correspondido tanto ás expectativas, provavelmente por o objectivo ser muito alto, mas iniciámos a penúltima etapa, dizia, debaixo de um calor sufocante, que sem ponta de exagero, por volta das 8,30 h hora a que saímos, rondaria os 30º. Paciência, quem que Verão no Inverno, tem-no.
Com na última mensagem referimos, tínhamos decidido voltar a Warrnambool para visitar a Martime Village. Deixem dizer-vos que valeu, claramente, quer o preço dos bilhetes, quer o tempo gasto, quer a gasolina. Assim se vê, como noutras situações também, a valorização que um Povo faz da sua neste caso pequena (em tempo) História. Tudo está preservado, mantendo a traça original do que eram as diversas casas dos diversos misteres que naquela altura (á volta de 1900), havia.
Para além disso dentro das instalações têm um museu que conta e mostra diversos aspectos da construção da Austrália, quando ainda se dividia em colónias inglesas e quando depois da Independência, decidiram unificar-se num só País, muito embora com 6 Estados com Governos Próprios, tal como qualquer República Federada. Não esquecer que o Chefe Supremo da Austrália continua a ser a Rainha de Inglaterra, pelo que está bom de ver a Austrália nãoé uma Republica.
Não é demais referir que dentro de cada uma das lojas, na verdadeira acepção da palavra, estão voluntários (as) que além de trabalharem nos diversos ofícios representados, atendem o publico, vendendo e esclarecendo. Aliás, nós próprios levámos uma lição de história de um pavão (em louça) de cerca de 15 minutos de um Senhor que era o Bibliotecário e que teria – terá – seguramente 90 ou mais anos. Com esta idade e por respeito tivemos que o ouvir com toda a atenção que nos foi possível.
Aliás aqui na Maritime Village levámos uma massagem ao ego, enquanto portugueses: lá estava uma foto do Infante D. Henrique, como precursor das navegações e lá está um quadro que explica um teoria,muito aceite aqui na Austrália, de que foi um português a descobrir a Austrália, em 1512. Só que como terá sido um não cumprimento do Tratado de Tordesilhas (viajar-se para tentar descobrir novas terras para este lado do Mundo), calámo-nos para que os Castelhanos, não percebessem, eu mais uma vez os estávamos a enganar. E daí tiraram proveito, primeiro os Holandeses e depois os Ingleses.
Depois desta visita, voltámos à realidade. E a realidade era, correr-mos o mais rápido possível para dentro do carro por causa do ar condicionado, porque o calor na rua era cada vez mais insuportável.
Aliás para terem uma ideia seguimos em direcção a Mt. Gambier onde chegámos cerca das 1,30 da tarde, que nesta altura passaram a 1,00, uma vez que no South Austrália são menos 30 minutos do que em New South Walles onde até então tínhamos estado. É esquisito, mas é assim. Mas quando chegámos, pura e simplesmente era uma cidade fantasma: ninguém na rua, as montras todas com os estores fechados, as portas fechadas. Tudo isto por causa do calor que neste dia, nesta zona chegou aos 42º, sendo que numa localidade de que não recordo o nome um pouco mais para o interior (cerca de 100 km) a temperatura chegou aos 45º!!!! É caso para dizer tá tudo doido, pois no Norte do País há inundações e no centro Sul: neva. Exactamente: neva.
Continuamos a andar por uma interminável passadeira de alcatrão, onde praticamente não passam veículos, nem tão pouco há localidades e é como se fosse o Alentejo, mas em grande. Aliás entre hoje e amanhã, fazemos cerca de 250 km com esta paisagem. É aquilo que se chama a Austrália profunda: grandes extensões de estrada sem vivalma, apenas de vez em quando nos cruzamos com um ou outro camião, daqueles que se vêm nos filmes, com dois atrelados.
Depois de ter-mos feito 450 km lá chegámos a Kingston SE, que como poem ver na fotografia acima é uma terra de lagostas,sendo a que acima se vê, do tamanho XXXXXXXXXXXXLLLLLLLL, que é mais uma daquelas localidades quase microscópicas, com “meia dúzia” de casas, hospital, posto da policia, parque de campismo, pois nesta zona não há localidade sem pelo menos um, e pouco mais. Este era um dos dias que nada tínhamos marcado para dormir. Procurámos o posto de turismo, que neste caso era numa bomba de gasolina, sendo o respectivo dono, uma espécie de agente do turismo e pedimos ajuda.
De imediato largou o que estava fazer e disse á Esposa para ligar a não sei quem. Esta assim fez e de imediato nos disse onde era um B & B e que nos dirigisse-mos lá. Assim fizemos e qual não foi o nosso espanto quando deparámos com uma Sra. De seu nome Jill e um espectacular Rés do Chão de uma Vivenda inserida num conjunto. Nem hesitámos, pois estávamos perante uma suite presidencial: Um enorme sala comum, uma cozinha, dois quartos, duas casas de banho, casa de lavagens, garagem. E tudo mobilado do que há de melhor . Um espectáculo. Ás tantas não víamos a televisão: claro, era um enorme plasma embutido na parede. Atenção que quanto ao preço não foi mais nem menos do que todos os outros B & B onde ficámos. Portanto dentro do orçamento.
Ainda por cima a Jill prontificou-se a marcar-nos um jantar num restaurante, ultrapassando assim o problema, de na província os restaurantes fecharem cedíssimo. E comemos que nem uns Lordes.
Na manhã seguinte, hoje portanto, acordámos e ficámos espantados: toda a noite choveu a bom chover e estavam para aí uns 18/19 graus. Comparado com ontem…
Lá tivemos que telefonar para a Jill para lhe entregar a chave e lá fomos a casa dela entregá-la e ao mesmo tempo ela entregou-nos o recibo do jantar e da dormida, pois ela é que tinha pago o jantar (não jantou connosco).
Metemo-nos a caminho para fazer cerca de 340 km até Victor Harbour, sempre debaixo de chuva torrencial e com os tais 22º (vi há pouco na televisão).
Antes e chegar-mos, fizemos borrada – pronto, fiz borrada -: meti-me por um atalho de 18 km, parte significativa deles em lama, devido á chuva que caiu, para apanhar um ferry para cortar caminho. Entrámos no ferry, que é de borla e quando chegámos á outra margem do rio, perguntámos á Senhora que o conduzia, qual a estrada que devíamos apanhar para Victor Harbour. A Senhora desfez-se em desculpas mas lá nos disse que não era aquele o ferry indicado e lá nos indicou o caminho correcto, convidando-nos a dar meia volta e entrar outra vez para nos voltar a por na outra margem e fazer-mos de novo os tais 18 km parte deles em lama.
Lá encontrámos o ferry correcto e aqui estamos em Victor Harbour que émaisuma daquelas vilas pequenas, com praia e pouco mais.
Amanhã vamos fazer a última etapa até Adelaide, percorrendo a Florie Peninsula que dizem ser muito bonita. A ver vamos.
Até à próxima.
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