sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

AUSTRÁLIA – APRECIAÇÃO FINAL




Esta é uma mensagem que tentará dar a nossa opinião, não só sobre a viagem, mas também sobre o próprio País, muito embora naturalmente, de uma forma mais do que simplificada e reduzida.
A Austrália como já antes foi deixado transparecer é um sonho para muita gente, nós incluídos, claro.

Por um lado, por ser um País mais do que enorme e distante o que o torna também fascinante para praticamente todos os habitantes do hemisfério Norte e por outro lado por ser um País a que habitualmente associamos, praias, calor, etc..

Claro que a Austrália não é só isto, mas indiscutivelmente, também é isto.

Porém e em termos de calor/frio/praias/chuva/neve/inundações/incêndios, é um País que tem isto tudo, mas em simultâneo, o que por si só o diferencia de quase todos os outros países.
Aliás, nesta viagem que fizemos, assistimos a tudo isso, umas coisas ao vivo, sobretudo calor (43º C) e praias (inúmeras e de extensões indescritíveis e desertas), e outras via Televisão.
Foi uma viagem que nos levou á Austrália profunda, coisa que nunca tinha acontecido, pois apenas tínhamos estado em grandes cidades, como Sydney, Cairns e Brisbane, para além de outros sítios, mas sempre intimamente ligados ao turismo, digamos que” fast-food”, enquanto que agora estivemos também em grandes cidades, como Sydney, Melbourne e Adelaide, mas sobretudo estivemos em lugarejos, daqueles em que todos os restaurantes estão fechados ás 8 da tarde, impedindo-nos de jantar.

De uma forma geral esta Austrália que agora conhecemos, confirma as impressões que já tínhamos, colhidas nas grandes cidades, como acima se refere. Ou seja, as pessoas são simpáticas, cordatas, prestáveis até, e vivem genericamente muito bem, muito embora sem grandes luxos.

Cabe aqui referir que em conversas que tivemos e sobretudo com o Greg, ( best regards, Greg) o tal guia de Kangaroo Island, o Governo Central Australiano (cada estado tem o seu Governo e depois existe um Governo Central), aconselha que cada pessoa aufira cerca de 65.000 dólares australianos por doze meses de trabalho (também na Austrália não há subsídios de Férias e Natal), para ter uma vida boa e desafogada. Porém, como nos contos de fadas, não é isso que acontece. Genericamente o ordenado médio ronda os 30.000 ou 35.000 dólares, praticamente 50% abaixo da referência governamental. Refira-se que estes 30.000 dólares, equivalem a cerca de 20.000 euros. Por aqui, pode-se portanto ver que a vida não é propriamente barata na Austrália, sobretudo ao nível das rendas de casa, comer em restaurantes, visitar museus ou afins, saúde, muito embora toda a gente tenha direito à saúde, sendo que cada vez mais este conceito não passa de um eufemismo, como de resto acontece em Portugal.

Nesta viagem estivemos em três diferentes estados australianos, a saber: New South Walles, Victoria e South Austrália. Desta forma apenas ainda não estivemos num dos seis Estados que compõem a Austrália, pois das outras vezes que lá estivemos já tínhamos estado no Queensland e no Outback.
Existem diferenças significativas entre aqueles estados, e principalmente entre Victoria e o South Austrália, quer na geografia, mais sinuosa no sentido de mais montanhas no South Austrália (onde fica Adelaide) e também de muito menos trânsito, mas com estradas muito mais rectilíneas, como aliás referi numa das mensagens anteriores, pois é neste estado (em relação ao de Victoria), que se percorrem muitos e muitos km, sem se encontrar um veículo.

Os Australianos em geral e os de Victoria em particular, têm uma enorme preocupação com os acidentes de automóvel. Não que os condutores australianos na generalidade não respeitem os limites de velocidade, muito antes pelo contrário. Aliás chegaram a contagiar-me pois muitíssimo raramente os ultrapassei e nunca o fiz em localidades, onde o limite é sempre de 60 km (estou a falar de estradas que atravessam localidades) e amiúde se situam nos 40 km. A questão é outra: de cada vez que há um acidente, morrem duas, três, quatro e cinco pessoas. E isso é invariavelmente motivo de grandes reportagens na televisão, com entrevistas, imagens e simulações dos acidentes, etc. etc.. Diria que é um dos principais motivos de abertura de telejornais. Sem qualquer exagero. E estes grandes acidentes acontecem porquê, se eles respeitam, na generalidade, claro, os limites? Pois porque quando se apanham numa estrada deserta, ou quase, com um limite de 100 km (Victoria) ou de 110 km (South Austrália) e aí aceleram até aos 140 e muito mais, perdendo o controlo dos carros, os quais genericamente ficam irreconhecíveis. Vimos algumas imagens na televisão e jornais, verdadeiramente arrepiantes. O último acidente, referia-se a cinco mortos apenas num carro, que se despistou e foi contra uma árvore.

De qualquer modo existe um controlo apertadíssimo, através de câmaras, sendo que os avisos estão bem visíveis em todas as estradas e repetidamente e mais, são publicadas nos jornais algumas das ruas onde estão câmaras as quais são diariamente mudadas, como aliás se pode ver na foto anexa. Porém o problema é outro: ninguém consegue controlar centenas de milhares de km de estradas.

Outro aspecto que importa salientar, são as poucas horas que os australianos em geral trabalham: geralmente as lojas abrem ás 9 ou 9,30 e fecham ás 17 horas, não havendo intervalos. Porém a questão não pode ser vista de uma forma tão simples, pois se trabalham pouco, trabalham bem e aí todos ficam a ganhar: patrões, empregados e país propriamente dito.

Não Vos quero maçar mais, pois além de estes relatos já irem longos esta mensagem ainda vai mais, proporcionalmente, porém em definitivo, diremos, que a Austrália é um país bonito, organizado, e que vale bem a pena visitar, fazendo alguns sacrifícios, quer financeiros quer de outra índole, nomeadamente quanto aos voos: nesta viagem, para além de conduzir-mos 3.324 km fizemos catorze voos e cerca de 70 horas, só “a voar”, fora portanto esperas, que não foram poucas em aeroportos.

Antes de terminar não resisto a contar-vos porque é que o animal que chamamos de canguru, assim se chama, mesmo que provavelmente já conheçam o motivo.

Thomas Cook foi (supostamente, como antes vimos), o primeiro homem a chegar a este País e aí deparou-se com o povo que o habitava: os aborígenes.

Vendo um esquisito animal que se deslocava aos saltos apoiando-se nas patas traseiras e na cauda, perguntou [aos aborígenes], qual o seu nome. Os aborígenes que não percebiam, naturalmente, o que ele estava a perguntar, responderam-lhe, na sua língua, que não entendiam. E responderam “Kangaroo”. O Sr. Cook, entendendo mal a resposta, ou pensando que era o nome do animal, a ele se passou a referir como sendo o Kangaroo. E assim ficou baptizado em inglês, para sempre.

Agora vamos preparar um ficheiro com as fotos, (as possíveis de divulgar, claro), que fizemos, pois neste momento estamos de férias, ficando a promessa de em breve divulgar-mos uma mensagem , relativamente ás férias que agora estamos a gozar e também algumas fotografias, com elas relacionadas.

Até à próxima.

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